O objetivo deste estudo foi determinar a espessura óssea entre o centro do forame apical e à superfície externa das corticais vestibular e lingual/palatal em dentes permanentes humanos usando imagens de tomografia computadorizada de feixe de cônico (TCFC). Uma amostra de 1.400 imagens de dentes de TCFC de 422 pacientes (394 mulheres, idade média de 44,46) foi selecionada, e a espessura óssea entre o centro do forame apical e a porção externa da cortical vestibular e lingual/palatal foi determinada nos cortes axial, coronal e sagital. A média e o desvio padrão das variáveis quantitativas foram obtidas, e a normalidade dos dados foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Para análise da comparação das amostras independentes foi utilizado o Teste-t para amostras independentes ou o Teste de Mann-Whitney. Foram considerados significativos valores de p< 0,05. Os resultados mostraram que no grupo dos dentes anteriores, a menor espessura óssea entre o centro do forame apical e a superfície externa da cortical vestibular foi observada no canino superior (1,49 mm ± 0,86) seguida pela do incisivo central superior (1,59 mm ± 0,67), e a maior espessura óssea entre o centro do forame apical e a cortical lingual/palatal foi observada no canino superior (8,63 mm ± 2,08) seguida do incisivo central superior (7,07 mm± 1,96). No grupo de pré-molares, a menor espessura foi verificada na cortical vestibular da raiz vestibular do primeiro (1,13 mm ± 0,68) e do segundo pré-molar (2,20 mm ± 1,21) superiores, e a maior espessura da cortical lingual/palatal foi encontrada na raiz palatal no primeiro (8,07 mm ± 1,63) seguida do segundo (7,62 mm ± 1,84) pré-molar superiores. No grupo dos molares, o primeiro molar superior apresentou a menor espessura da cortical vestibular da raiz mesiovestibular (1,98 mm ± 1,33) e o segundo molar inferior mostrou que a cortical vestibular (8,36 mm± 1,84) era mais espessa que a lingual (2,95 mm ± 1,16). O conhecimento da anatomia dos diferentes grupos dentários e das estruturas adjacentes como as espessuras ósseas das corticais alveolares influência na qualidade do planejamento terapêutico cirúrgico, bem como orienta a análise das vias de disseminação bacteriana nas infecções periapicais. A TCFC permite obter medidas lineares que favorecem análises comparativas.