Introdução: A incorporação de novas alternativas e métodos aplicáveis à ortodontia para a análise da angulação e inclinação coronária constitui um verdadeiro desafio. A contribuição de ferramentas que permitem análises tridimensionais tem sido gradativamente incorporada à pesquisa odontológica. Objetivo: O presente estudo avaliou a inclinação e a angulação coronária em pacientes tratados ortodonticamente usando modelos digitais e tomografia computadorizada de feixe cônico. Metodologia: Com o módulo de cefalometria tridimensional do Software VistaDent 3D foi criado análise cefalométrica para avaliar a inclinação e angulação coronária em modelos digitais de 26 pacientes, exceto segundos e terceiros molares. Para obter os resultados de angulação e inclinação coronária com base nos planos de Camper e Frankfurt, foram necessárias documentações de pacientes com imagens tomográficas finais. Foi utilizado o teste t-Student para comparar as médias intra e intergrupo e o coeficiente de correlação de Pearson para avaliar os resultados entre os grupos Camper, Frankfurt e oclusal. Resultados: A análise da reprodutibilidade do método não revelou diferença estatisticamente si gnificante. Quanto à avaliação intragrupo, antes e depois do tratamento ortodôntico, os incisivos laterais inferiores, primeiro molar inferior direito, os caninos, primeiros e segundos pré-molares apresentaram diferenças estatisticamente significantes para inclinações. Primeiro molar superior direito e inferior esquerdo, segundos pré-molares inferiores, primeiro premolar inferior direito e incisivos laterais inferiores apresentaram diferenças estatisticamente significantes para angulações. Quanto à avaliação intergrupo, depois do tratamento ortodontico e prescrições, todos os resultados de inclinação e angulação apresentaram diferenças estatisticamente significantes, exceto a angulação dos segundos pré-molares superiores e primeiros molares inferiores. O estudo aponta que entre os planos Camper-oclusal, Camper- Frankfurt e Frankfurt-oclusal as medidas de inclinação coronária para incisivos e caninos não apresentaram correlação, outros correlação fraca ou inversa. Os resultados da angulação coronária apresentaram forte correlação, exceto incisivos centrais inferiores e laterais superiores que demonstraram moderada correlação para Camper-oclusal e Frankfurt- oclusal. Conclusão: A angulação e inclinação coronária podem ser mensuradas por meio de modelos digitais e os resultados sugerem a necessidade de dobras adicionais no fio ortodôntico para obtenção de angulação e inclinação coronária com valores próximos aos preconizados em braquetes pré-ajustados. As medidas de angulação e inclinação coronárias apresentaram correlacionadas quando avaliadas pelos planos de Camper, Frankfurt e oclusal, exceto a inclinação dos incisivos e caninos.